sábado, 14 de agosto de 2010

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
Sexta (13/08) participei de um debate sobre a violência que assola as escolas. No debate esteve presentes representantes do policiamento responsável pela ronda escolar e também a guarda municipal. Os convidados apresentaram as ações que estão sendo desenvolvidas. No plano policial a RONDAE (ronda escolar) implantou um projeto que já existe no Rio de Janeiro, qual seja, a mediação de conflitos. Alguém voluntário da comunidade ou da própria escola recebe uma capacitação para aprender a lidar com diversos problemas entre alunos ou mesmo na comunidade na qual a escola está inserida. Este projeto segundo o Tenente que participou trata-se de uma politica de estado, isto é, nasceu da preocupação de varias entidades – como Ministério Público e outras secretarias - preocupadas com o aumento da violência dentro das escolas.
No momento da participação da plenária manifestei minha preocupação com o tema da violência. A seguir minha opinião sobre o assunto.
A violência é um tema muito complexo e interdisciplinar, isto é, tem sido objeto de estudos de diversas áreas do conhecimento. A que usarei será a psicologia, mas precisamente a psicanalise.
EM Janeiro de 2009 eu participei do Fórum Social Mundial que aconteceu em Belém do Pará. Durante o evento assisti à palestra do Frei Betto sobre a educação. Na oportunidade ele usou um termo que me fez refleti por muito tempo. O termo foi “câncer social”. Partindo desta premissa utilizo este termo usado pelo Frei para denominar o fenômeno: a violência é um câncer social.
Melhor explicando, um paciente para se curar do câncer precisa, segundo especialistas, diagnosticar cedo para o tratamento surtir efeito. Ai geralmente se indica a cirurgia para retirada do tumor e quimioterapia ou radioterapia. No entanto quando o paciente sente muitas dores recomenda-se uso da morfina, que seria um remédio paliativo, apenas contra as dores.
No caso da violência, as propostas de projetos da policia, guarda, ou qualquer projeto social, agiria mais ou menos como a morfina, seria uma medida paliativa para resolver uma determinada dor. Mas e a cura?
MARIN (2002) no seu livro violências faz uma analise interessante sobre a violência. Sua abordagem segue a linha psicanalítica. A autora afirma que a violência é fundante da personalidade humana. Em outras palavras para a psicanalise a fase conhecida como complexo de édipo, (a grosso modo amor a mãe e ódio ao pai ou amor ao pai e ódio a mãe – complexo de Electra) é a fase fundamental para o desenvolvimento das regras morais da sociedade. No entanto tal enlace trata-se de um incesto, não permitido pelas regras sociais. Assim o pai seria este ponto de ruptura.
Grosso modo podemos ver que para a psicanalise a violência faz parte da psique humana.
A guisa de conclusão: este “câncer” social não pode ser curado com ações isoladas e não podemos também partir de analises simplistas de considerar que a única culpada pela violência seja a família, visto que até mesmo esta instituição encontra-se em crise estrutural. Outro arcabouço que se utiliza para explicar as causas da violência seria a pobreza. Se assim fosse verdade não ficaríamos perplexos ao vermos crimes como da jovem rica, bonita e universitária que assassinou os pais, Suzane von Richthofen
A violência é um tema complexo e assim exige-se analises e ações mais complexas ainda. O desafio e talvez a reposta esteja dentro de cada um de nós.
Autor: Marcelo Mesquita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário